Ao meu querido Velho - Parte 2

Passaram-se alguns dias, chegou o ano novo e o meu pai a cada dia mais enfermo - e eu sem acreditar que iria perdê-lo. Até que no dia 31 de janeiro de 1993, às 6hrs da manhã, meu pai deu o último suspiro nos meus braços e eu nada pude fazer; nunca tinha visto ningém partir para a eternidade, mas não sei como fiquei, parece até que parei no tempo. Senti um sensação diferente, como eu nunca tinha sentido.
Daí, comecei a providenciar o funeral, e às 17:30hrs sepultamos aquele homem que DEUS tinha me presenteado até aquele dia.
Só depois de três dias, eu caí na realidade de que tinha perdido a pessoa que mais me amou, que me ensinou a dar os primeiros passos e me deu carinho, me ensinou a amar o meu semelhante e ser a pessoa que eu sou.
Agradeço a DEUS pela vida longa que deu ao meu velho e querido pai. 92 anos, 1 mês e 28 dias.
Passaram-se alguns meses e escrevi outras e outras poesias, e no dia 9/12/1993, escrevi:

Pai-ía, você me adotou
Você me criou e me amou
Nunca vou esquecer
Me tratava com carinho
Perdoando os meus erros
Me aceitando do jeito que sou

Aprendi com você as coisas boas da vida
Ser humilde, tratar bem as pessoas
Respeitá-las como elas são
Tudo isso, Pai-ía, você me ensinou
Você me adotou, você me criou
E muito me amou de coração

Você não reclamava da vida
Parecia até que tudo era bom
Parecia feliz e que nada faltava
Isso eu aprendi com você
Afinal, tudo de bom você me ensinava


Eu queria, no céu, encontrar com você
Para tudo isso te agradecer

(09/12/1993)