sábado, 5 de novembro de 2011

REVENDO A MINHA INFÃNCIA


   Quando eu era criança, lembro da minha cidade - com ruas sem ser calçadas, algumas com muita areia e outras com um mata-pasto verde com flores amarelas, muitas delas com caminhos feitos pela passagem do pessoal que ia e vinha pelo mesmo lugar.
   Na rua principal onde fica  Igreja Católica, que se chama Fundação Guaraíra de São João Batista , tem a coluna representando o pelourinho, um cruzeiro, e existia também um passeio feito num mosaico de cimento com formato de estrela com pontas largas; onde as jovens daquela época passeavam de mãos dadas com as amigas, ou com suas irmãs  ou ainda com seus respectivos namorados.
   Havia uma mangueira rosa muito grande em frente a casa de seu Tota Alves, esposo de D. Noca. Nessa rua, que chamávamos quadro  que não é quadro, e sim um grande retângulo onde  aconteciam  todas as festas  da nossa cidade, principalmente as festas do São João Batista   realizada na frente da igreja; uma grande barraca com um leilão de causar inveja aos visitantes. Nessa festa ficavam reunidas  todas as famílias de nossa cidade e de cidades vizinhas.
   A Banda de Música do Claudionor não podia faltar, além de muitos foguetões, cavalhada comandada por Seu José Germano, um senhor pai de Zuleide de Davi, a qual era uma das rainhas desta festa, pois havia uma competição de cores, a cor   ou seja, a rainha que arrecadasse mais dinheiro seria a vencedora.
   No leilão quem comandava era  o saudoso Zé de Lú junto com o Raimundo Mago, que o subistituia  fazendo isso com muita perfeição.
   O quadro, ou seja, a rua principal, as casas tinham um estilo antigo, mas com o passar dos anos os donos foram modernizando. Se não me foge a memória, a primeira casa moderna foi a de Seu Antonio Bastos, esposa de minha madrinha Elita, filha de D. Dondon e Seu Zacarias, um senhor que perdeu a sua vida numa vaquejada. Agora vamos falar de coisas mais alegres.
    Me lembro bem do meu Avô Conrado, galopando no seu cavalo o mais bonito dessa região, num traje impecável, pois este senhor não desprezava a calça de mescla D. Isabel, a melhor mescla da época,  o paletó,  de linho muito bem engomado e o seu chapéu de massa, no mesmo estilo era o seu filho Antenor.
   Hoje estou eu aqui, com sessenta e sete anos e alguns meses, dando graças a Deus  por essa vida, e pela força de sempre lembrar e escrever algo sobre o nosso povo e a nossa cidade.
  Graças a Deus por tudo, e que a honra e a glória é para Ele, o DEUS provedor e que todo poder está em suas mãos, pois antes de tudo já existia, e tudo se fez com a sua palavra!
05.11.2011

7 comentários:

  1. Lembrar da minha cidade, falar das coisas vividas é muito bom.É o tempo que não tem retorno, só vamos remoendo até um dia..............

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  2. Rever a história de um povo, é não deixar apagar nossas raízes.

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  3. Foi aqui nesse blog que ví alguma coisa sobre os meus avós. Muito bom Vovó, este blog. Parabéns! !

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  4. Linda historia D. Marluce, ficará pra sempre em minha memória. parabens!!!

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  5. te admiro muito D.marluce...sempre nos dando forças,com seu exemplo. Parabéns guerreira sou tua fá!

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  6. Nossa...não sou deste anos mais viajo muito nas histórias de nossa área, parabéns D.Marluce, belas palavras

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