Passei 39 anos de minha vida trabalhando como voluntária da saúde em minha cidade. Saindo de madrugada em uma caminhoneta 3/4 com mais de 20 pessoas para conseguir consultas, cirurgias e exames para os meus amigos que necessitavam. Foi muita luta, muito sono e muito desgaste físico. E muito tarde da noite, organizando como ia procedir o outro dia, comecei a escrever:
Sinto que já estou um pouco cansada
Muitas vezes sinto o corpo fraquejar
É a luta e a idade, e são os anos longos
Que passam e eu continuo sempre a lutar
Madrugadas, longas noites acordadas
Para a hora não perder de levantar
Preocupada com o horário da saída
E não perder a hora de consultar e de chegar
Até quando, meu Senhor? Até quando?
Pensei que agora eu teria condições
De ter uma pessoa junto a mim
Pra dividir essas preocupações
Mas foi um engano. Não deu, não posso
O salário não é mal, mas ainda não dá
Não dá porque os meus filhos são tantos
Que fica até difícil de contar
Se eu pudesse cada filho cada irmão
Teria o melhor pra sua sobrevivência
Mas como fica difícil para tantos
Se não podem ou se não têm uma assitência?
Mas um dia eu sei que vai dar certo
Com a ajuda de Deus, que é o nosso pai,
Vamos fazer, vamos mudar essa rotina
Teremos trabalho, educação e muito mais!
(04/04/2004)
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